Mulher É Vaidosa?

Série de Artigos para a Revista Graça


Recentemente, um noticiário nacional mostrou um novo ataque da indústria de cosméticos, direcionado desta vez a garotinhas que ainda deviam estar preocupadas unicamente com jogos e brincadeiras infantis. A ênfase exagerada de nossos dias sobre a beleza física tem base comercial sólida, pois essa indústria produz um lucro anual de muitos bilhões de dólares. 

O alvo principal das estratégias de vendas desses produtos é o público feminino, pois a mulher goza a fama de ser vaidosa e de gastar o que pode e o que não pode para cuidar de sua aparência. Como notou a notícia acima, são as mães que estão incentivando as filhas a começarem a cultivar essa preocupação com a beleza física cada vez mais cedo. E por quê?

Temos uma apreciação inata pelo belo pois fomos criadas à imagem do Deus que fez tudo com um capricho e uma beleza que nem nossos mais inspirados poetas conseguem cantar adequadamente. "Nossa terra tem palmeiras" já evoca céu azul, palmeiras em leques verdejantes balançando à brisa e toda a beleza da terra tropical brasileira. Amamos o belo e a beleza nos faz bem. Quem não sente na alma um toque divino ao contemplar um pôr-de-sol dourado e luminoso?

Além disso, nós, mulheres, queremos agradar àqueles a quem amamos e que desejamos que nos amem e nos apreciem. Para isso, cuidamos do nosso físico, caprichando no visual, pois é a primeira coisa que as pessoas vêem. A própria Bíblia nos diz que é válido e natural querermos nos enfeitar para aqueles a quem amamos: "como noivo que se adorna de turbante, como noiva que se enfeita com suas jóias" (Isaías 61:10). Jóias, roupas finas, perfumes também nos são apresentados no Cântico dos Cânticos como cuidados que revelam o amor da esposa pelo marido e seu desejo de agradá-lo. E não só nos tempos antigos. Um estudo atual mostra que uma das principais necessidades do marido é a de ter uma esposa atraente.

Entretanto, a ênfase que hoje é dada à beleza física leva a uma distorção para quem a busca e para quem é levado a pensar nela como um valor absoluto. 

As mulheres, confrontadas por todos os lados com padrões impossíveis de beleza, buscam segurança nos produtos e procedimentos que prometem recriar e perpetuar sua aparência. Por isso vemos mulheres se matando de fome e exagerando em exercícios físicos, além de se submeterem a inúmeras cirurgias plásticas, a fim de manter seus corpos no que hoje é considerado padrão de beleza, 

Por outro lado, os homens são incentivados a ver a beleza física como o único atrativo das mulheres, e não aprendem a apreciar as qualidades que Deus teve o cuidado de colocar em suas companheiras. Viram fãs das revistas eróticas, coisificam a mulher, acabando diminuídos e empobrecidos em sua masculinidade. E todos perdem com isso.

Isso é vaidade, a vaidade perniciosa que sacrifica o espírito e a alma ao cultuar exageradamente o físico, distorcendo o senso de apreciação do belo, reflexo daquele que nos criou.

Mas a mulher cuja identidade está seguramente fundamentada no amor incondicional e no propósito de Deus para sua vida sabe que a verdadeira beleza, fruto de um espírito manso e tranqüilo, brota de dentro para fora e não se corrompe com o passar dos anos. Antes, vai florescendo com a chegada dos cabelos prateados e das rugas até se transformar num fulgor que aquece e ilumina todos os que dela se aproximam.